Tuesday, April 22, 2008

hoje, nick cave and the bad seeds @ porto, coliseu


Ontem foi em Lisboa, no Coliseu dos Recreios

Monday, April 21, 2008

Thursday, April 17, 2008

MGMT (formally known as The Management)


Mais um nome para juntar ao grande cartaz desse dia, não será demais?
10 Julho, Oeiras Alive! 2008

Para aguçar o apetite:
Time To Pretend
Kids
Electric Feel

lay-SAH-vee-FAHV


A ouvir:
The Equestrian
Patty Lee
What Would Wolves Do
Brace Yourself

Friday, April 11, 2008

Hercules and Love Affair - Blind


Sim, é a voz inconfundível do Antony, mas sem os Johnsons...

Monday, April 7, 2008

Paredes de Coura 2008: The Mars Volta


The Mars Volta - Take the Veil Cerpin Taxt (live)

Sons por Palavras


Kula Shaker - StrangeFolk

Deparei-me um dia destes a ler algumas linhas sobre um disco lançado o ano passado. O nome Kula Shaker não me era estranho, embora não me recordasse de ter ouvido alguma música deles. As palavras que lia sobre este álbum referiam que os dois discos anteriores, lançados antes da nova reunião da banda, eram melhores do que o recente trabalho. Decidi-me a arriscar ouvir as músicas sem mergulhar no passado.
A primeira surpresa aconteceu logo na primeira música. Afinal, estava perante uma banda britânica, surgida no auge da britpop, mas que não soava a britpop. Sem menosprezo para alguns dos grupos que se dedicaram a essa sonoridade, para mim isto era já um ponto positivo. Até o nome da música “Out On The Highway” já transportava consigo mais rock do que pop. Teclados e guitarras sintonizados, batida clássica de 4 tempos por parte da bateria, riffs orelhudos no refrão, a voz à Tom Petty...se isto era o mau que eles faziam começava a pensar seriamente em ouvir os álbuns anteriores. Mas era só a primeira canção, tinha que comprovar.
“Second Sight”, o primeiro single tirado de StrangeFolk era o que se seguia. Segundas vozes a fugir para algum do novo rock oriundo das terras de Sua Majestade, uma tónica very british na acentuação dos versos, as malhas de guitarra mais artificiais (com excepção do solo)...não me convenceram. “Die for Love” fica-se num meio termo entre as músicas anteriores, rock com uma certa sonoridade retro, razoavelmente tocado sem ser coroado por uma elevada carga de originalidade, assente na voz escudada por acordes eléctricos.
“Shadowlands” e “Fool That I Am” apresentam-se como bonitas canções, com travo a cantautor americano que tivesse emigrado para as ilhas britânicas. O exílio de homens habituados às pradarias que se vêem de repente cercados por água. Soam a histórias contadas com dor e sentimento. Uma serenidade triste transportada na cadência da voz, elevada pelas teclas.
O psicadelismo rock deslocado no tempo trinta e tal anos também é por aqui evocado. A rapidez do mundo que vivemos, mais virado para a imediatez de substâncias que se ingerem com água do que para longas trips alucinantes, não se compadece com temas cuja duração é de cerca de seis minutos. Estas canções não se ouvirão na rádio. Também não se ouvirá dizer que nelas andam os fantasmas de Dylan (na voz), dos Doors e de outros “grandes”. “Hurricane Season” e “Song of Love/Narayana” têm em comum isso, ora convocando vozes exóticas e espirituais a segunda, ora apresentando deambulações dos instrumentos ao longo da sua duração a primeira. Por serem “filhas” de um tempo errado, provavelmente, pouco se dirá delas.
A minha favorita de todo o álbum é “6ft Down Blues”. Quem diria que numa banda inglesa se poderia ouvir Queens of the Stone Age, ainda que em quantidade moderada. Ritmo hipnótico proporcionado pela batida pendular da bateria e pelo baixo, entrecortado pelos coros do refrão, a guitarra a reclamar o protagonismo para si. Uma das que vou ouvir por muito tempo. “Super CB Operator” é rock directo e descomprometido, Rolling Stones com palminhas, festa instalada ao som do bater do pé e do abanar do corpo.
“Dr. Kitt” poderia ser uma viagem ao som de químicos. Sentidos alerta, um sintetizador omnipresente a traçar uma linha ténue entre a loucura caleidoscópica e a normalidade de uma canção como qualquer outra. Desta ou se gostará muito ou se detestará, não é uma música vulgar na junção de melodias que faz. O revivalismo volta a fazer-se sentir em “Great Dictator (of the free world)”, com harmonias vocais à Beach Boys nos refrões, progressões de guitarra reminiscentes dos seventies, um orgão hammond a aparecer de vez em quando...
A “Ol' Jack Tar” falta sal a realçar o seu tempero, acabando por se tornar monótona e monocórdica. A voz, com uma sonoridade muito próxima de Paul Macartney, perde-se gradualmente numa base rítmica à Joan Baez, sem deixar saudades.
Este não chega a ser, de facto , um trabalho que se vá tornar histórico. Enquanto conjunto falta-lhe mais homogeneidade entre as canções, havendo algumas delas que não acompanham aquilo que a banda parece ser capaz de produzir nos seus melhores momentos. No entanto, é óbvio que algumas das músicas aqui presentes são rock capaz de se afirmar pelo seu próprio valor.
Não sendo nenhuma obra-prima, este StrangeFolk acaba por ser uma surpresa agradável para quem não havia tido contacto com a música da banda..


Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)