Sunday, December 7, 2008

Indie Songs Don't Lie


Joe's Waltz
Man + Fools

Um dos melhores concertos do ano, só foi pena a maior parte das pessoas, eu incluido, não conseguirem ver os musicos. Um palco mais alto dava jeito...

Monday, November 17, 2008

Have Love Will Travel

Qual a melhor? A original dos The Sonics ou a versão dos Black Keys?



Thursday, November 6, 2008

Friday, October 31, 2008

Um conselho que vos deixo...



Este é dado por mim, mas o Bruno Aleixo tem mais, e fresquinhos!

Saturday, October 25, 2008

Fabulastic Channel



Para procurar outros concertos é só clicar: www.fabchannel.com
Se bem que com este já ficam muito bem servidos...


Joy Division - She's Lost Control
Joy Division - Shadowplay

Friday, August 8, 2008

Wednesday, July 30, 2008

Dia 2 de Agosto, estarei lá?



Aí está Paredes de Coura...

Primal Scream featuring Kate Moss - Some Velvet Morning

Monday, July 7, 2008

Who controls the present now?


Como é possível um videoclip com quase 10 anos estar tão actual?

Monday, June 23, 2008

¡Forward, Russia!


Este post é dedicado ao Arshavin e ao Pavlyuchenko, FORÇA RÚSSIA!
СИЛ РОССИИ!

Sunday, June 8, 2008

Muse @ Rock in Rio 2008


O maior festival de música do mundo resumido num post...

Sunday, May 25, 2008

Sons por Palavras


Danko Jones - Never Too Loud

Vi uma actuação de Danko Jones em Paredes de Coura há uns anos atrás. Foi o primeiro contacto que tive com a música deste canadiano. E foi um concerto memorável para muitos dos que o presenciaram. Por várias razões: por se sentir que a maior parte das pessoas lá presentes o ouviam pela primeira vez; pela força da interpretação; pela genuinidade das palavras proferidas. Num dos ramos do rock mais propenso a críticas fáceis do género “música datada” ou “ecos do passado”, a potência da actuação de Danko Jones ao vivo é como um assalto de boxe, atinge-nos de forma real.
Este Never Too Loud soa-me a meia desilusão também um pouco por tudo isto que foi dito. Ao quarto longa duração, o trio continua a apresentar guitarras fortes, bateria e baixo a funcionarem como propulsores, letras engraçadas e por vezes inteligentes sobre relações que correram mal e sobre sexo (todos os elementos que fazem desta música, música de Danko Jones)…simplesmente, ele já fez isto e já o fez melhor. A aposta numa veia mais melódica e melancólica, por vezes, talvez não tenha sido a mais acertada. Pelo menos na minha opinião.
Para quem já provou a atitude “festa toda a noite” e as malhas rápidas e groovy de trabalhos anteriores, Never Too Loud não pode deixar de saber a pouco. O velho Danko obrigava-nos a ter um pequeno sorriso na cara, quiséssemos ou não. Este Jones parece mais lento e triste, quem sabe deprimido!!
O começo até é auspicioso com “Code Of The Road”. A alegria Danko Jones presente, a luta de sempre em cada palavra. Bateria e baixo galopantes a segurarem a voz de Jones e a guitarra hard-rock. “Been a long time on this lonely road/Nothing comes easy, but it's worth the fight/If you've seen it once, I've seen it twice before/Little by little, mile after mile”. Huuu yeahhh.
Logo ao segundo assalto “City Streets” faz-nos torcer um pouco o nariz. Numa sonoridade próxima de Thin Lizzy, sente-se uma certa tristeza pouco habitual nas palavras. “I know I made my bed, but sad thoughts are in my head”. Aliás, este vírus afecta até canções declaradamente sexuais como “Still On High School”, o que seria impensável anteriormente.
“King Of Magazines” mantém a toada de guitarras a aproximarem-se do hard-rock mainstream, ritmos não muito acelerados, a chama da potência adormecida. “Forest For The Threes”, “Your Tears My Smile” e “Ravenous” irmanam-se nesta “nova sonoridade” do trio. Músicas muito direitinhas, competentes, mas a que falta aquele riff da guitarra…a que falta aquele break da bateria…a que falta aquela pujança do baixo. Nada de saudades depois de as ouvirmos. Mau sinal.
O brilho nos olhos volta a aparecer em “Let's Get Undressed”. A letra a marcar a cadência da música, a voz a tornar-se desafiante. E os instrumentos sem comedimentos, sem medo de se chegar à frente. Rock'n'Roll puro e duro. Agrada-me a secção rítmica deste tema, solta e rasgante. “Something Better” mantém apenas parte destes predicados, no entanto, a voz é a do “velho” Danko Jones e isso por si só já vale alguma coisa. Esta trilogia completa-se com “Never Too Loud”, música que fecha o álbum e que é adrenalina rock de casaco de cabedal preto. Old fashion style rock.
Lá pelo meio ainda se encontra “Take Me Home”, a prova de que a idade não perdoa e talvez aí resida esta acalmia na sonoridade, no cansaço, no desejo de descansar da estrada. Guitarras acústicas nos versos, voz limpa...nada de relevante, até conseguimos fazer coro no refrão.
No fundo, este continua a ser o som de Danko Jones e este não é um mau disco. Só que aquela reserva extra de energia que o músico costuma trazer consigo em cada nota, em cada palavra, não perpassa todo o disco como é habitual.

Edgar Ribeiro
(edribeiro@clix.pt)

Tuesday, May 20, 2008

Baguette!


Foux De Fa Fa by Flight of the Conchords

Monday, May 19, 2008

Wednesday, May 14, 2008

Sunday, May 11, 2008

Sons por Palavras


Marah - Angels Of Destruction

Esta será provavelmente a melhor banda que ninguém conhece da América. Foi algo deste género o que disse um dos escritores da revista Entertainment Weekly, há uns anos atrás, para justificar a escolha do anterior álbum dos Marah como o melhor de 2005 para aquela publicação.
Não sei se serão a melhor banda desconhecida da América, mas que pelo menos a parte do desconhecido se mantém mais ou menos actual (neste lado do Atlântico), é certo.
E que este “Angels Of Desctruction” é um disco que foge da mediania também não necessitará de mais comprovação que a primeira audição do disco.
Mas afinal o que se pode ouvir aqui, sob a batuta dos irmãos Dave e Serge Bielanko, mentores e membros fundadores da banda? Nas palavras de Dave: “This new music was Rock'n'Roll, it was Folk, it was Punk, it was smart, sad, funny and perfect in every way”.
Canções com pés e cabeça. Melodias simples e cativantes. Pouco experimentalismo a dar prioridade à harmonia das músicas. Rock misturado com pop e emaranhado em folk e country (não é de estranhar, portanto, que o Boss já tenha colaborado com eles). E a mim, pessoalmente, faz-se ouvir a vontade de uma viagem coast-to-coast pela América num descapotável.
Logo a abrir “Coughing Up Blood” e “Old Time Tickin’ Away” dão o mote para a faceta rock dos Marah. Na primeira, o lap steel faz-se introduzir acompanhado de coros e um som algo pagão ao jeito dos Bad Seeds cresce no ar, deixando nos lábios um certo sabor de esquizofrenia saudável e gingona (não sei se isto existirá...eventualmente?!). Direito a harmónica na parte final da música. A segunda ganha em luminosidade, a que não será alheia uma postura mais pop da voz, dissimulada coerentemente no meio das malhas de guitarra e secção rítmica rockeira.
A este som mais próximo da sonoridade rock voltam em “Wild West Love Song”, tema quente e mexido, com o rufar da tarola a exigir ao corpo que não permaneça quieto, e “Wilderness”, esta com aproximações ao southern rock por força do ritmo dos teclados e das guitarras, suportados pelo sincronismo do baixo e da bateria a pautar o andamento galopante. Também os Rolling Stones são evocados algures lá pelo meio. Curioso é mesmo ouvirem-se por aqui gaitas de foles algures, a definir uma visão holística da música como forma de expressão sem tempo e sem pátria.
“Angels On A Passing Train” traz consigo um riff de guitarra pegajoso no início, desenvolvendo-se numa música que se poderia ouvir na banda sonora de um filme do Tarantino. Travo latino dos teclados e restantes instrumentos a flirtar com a melodia mainstream da voz dos refrões. Folk-rock tango? . “Smoke levitates away from us, like faces in a queensbound bus/ Holding your hand i'm an imperfect man with God on his side, somehow...someway...”; e a delícia do título da canção. Em “Santos De Madera” encontramos o single virtual deste verão, caso os Marah se ouvissem por cá (curioso que aqui ao lado em Espanha tenham uma legião de fãs). Ritmo a piscar o olho à rádio, la la las, versos que se colam à língua, ao cérebro e à pele.
Puxando mais a sonoridade para o folk e o country aparecem “Jesus In The Temple” e “Can´t Take It With You”, música de saloon com o upgrade de algumas dezenas de décadas a incluir instrumentos eléctricos. De qualquer maneira não tenho dúvidas, lá está ao balcão o xerife de coldre à cintura, jogam-se cartas naquele canto e passa uma mulher com um espartilho que faz os seios chegarem ao queixo! “Angels Of Destruction”, tema-título do álbum aproxima-se de Springsteen, a banda a soar como um todo coeso e a eliminar qualquer tentativa de sobreposição seja de que instrumento for, rock simples a fluir sob a estrutura de uma canção.
É o sabor a terra o que se desprende de “Songbirdz”, com uma tonalidade acústica a ecoar no ar; música de alpendre, portanto. Também não falta aqui uma balada de apertar o coração, claro. Tarefa nem sempre fácil de ser cumprida de modo competente, a sonoridade a la recentes Wilco de “Blue But Cool” atinge o alvo eficazmente, conseguindo estabelecer um estado de alma algo melancólico.
Este é indubitavelmente um disco de temas...religião, redenção, beleza, tristeza, dor, perdição, alegria. Talvez por ser tudo isto, que curiosamente é também o que nos faz humanos, seja tão “fácil” de ouvir. Embora só se descubra a sua plenitude ouvindo mais vezes e com atenção redobrada. Como se fosse uma daquelas pessoa de quem é muito fácil gostar-se, mas que quando conhecemos melhor, gostamos ainda mais!
Ou nas palavras, para mim algo exageradas, do USA Today, “A rock'n'roll album of biblical proportion”.


Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Friday, May 2, 2008

Sons por Palavras


The Black Keys - Attack And Release

Os Black Keys são uma das melhores bandas rock actuais. Partindo desta premissa subjectiva e pessoal, acho que este Attack And Release é um disco para se ouvir muitas vezes, para se ir descobrindo.
Iniciando com “All You Ever Wanted”, uma música de tonalidade acústica, parece que os Black Keys estão apenas a descansar para as descargas eléctricas a que nos costumam habituar. O facto é que é uma canção muito bonita, a voz sincera pousada sobre acordes acústicos e uma harmonia da guitarra eléctrica com efeitos chorus e reverb; só na parte final se vislumbra uma espécie de apoteose com teclas è mistura.
É engraçado que será assim também que o álbum termina, numa toada lenta muito beatleana. “Things Ain’t Like They Used to Be” transparece a despedida magoada, a corte com um passado que foi bom...mas que não volta. As emoções a ganharem corpo fora da voz e da melodia, o mundo a desaparecer à nossa volta e a solidão a ganhar espaço, pouca a pouco, mais e mais.
“I Got Mine” soa a Black Keys clássicos. Um riff próximo de Jimi Hendrix com pózinhos de Black Sabbath. Energia a pairar electrificada no ar. A prova de que não são precisos milhões de dólares para se obter boa música rock. Pode bem ser feita por dois rapazes (sim, os Black Keyes são constituídos por apenas dois elementos) a tocar numa garagem (o que não é o caso, já que apesar da sonoridade muito lo-fi, este é o primeiro registo dos rapazes que é trabalhado naquilo a que verdadeiramente se pode chamar um estúdio, ainda que muito peculiar). O núcleo do rock não está no som mas na atitude. “Remember When (side B)” transparece a mesma força, guitarras a marcar o andamento, early’s Deep Purple na cabeça. Comparando com algo mais actual, vem-me à cabeça o nome dos Datsuns.
Logo a seguir “Strange Times” volta a trazer-me à ideia Black Sabbath, talvez mais pela sonoridade da guitarra do que por outra coisa qualquer, já que o refrão é mais melodioso e indie que a parte dos versos. De uma forma ou de outra acabo a pensar que se poderia ouvir a voz do Ozzy por aqui sem nada temer.
Um banjo introduz “Psychotic Girl”, canção desnudada e despida de adornos. “Just a psychotic girl/ and i won’t get lost in your world”, ouvido de uma forma crua, leva-nos a pensar que este é um tema estranho. Toda a sonoridade da música ajuda a criar esta sensação de estranheza: segundas vozes fantasmagóricas, o banjo a aparecer e desaparecer, sintetizador minimal, guitarra com efeitos. Definitivamente fora do comum.
Voltamos à pousar os pés na Terra com “Lies”. Muito por força dos blues, que fazem a sua primeira aparição. Orgão a clamar dor, ritmo pausado, deambulações instrumentais. “I wanna die without pain” vai saindo da garganta do vocalista. Uma sala escura, um copo no balcão, o cigarro aceso com a cinza quase quase a cair. “I got a stone where my heart should be/ and nothing i do will make you love me”. Blues, como ia dizendo. Que reaparece em “So He Won’t Break”, sendo aqui menos apegado às raízes e mais mainstream. Orgão hammond e teclados a sustentar dedilhados eléctricos, voz menos magoada e mais R&B.
“Remember When” é a de que menos gosto em todo o conjunto de músicas que aparecem no disco. Folk muito arrastada, afasta-se daquilo que o duo melhor faz. Talvez não seja uma canção fraca, simplesmente soa descontextualizada no meio do resto.
No meio dos extremos que a banda já percorreu em discos anteriores, a meio caminho entre a energia desenfreada e melodias contagiantes que apareceram amiúde no que foram fazendo, “Oceans & Streams” sintetiza bem o patamar em que os Black Keys se encontram. As malhas fortes continuam por lá, mas sem exageros. O swing cool e balanceado das melodias continua lá, mas sem previsibilidade. E juntam-se, equilibram-se.
Para o final deixo “Same Old Thing”, com um início suportado por uma flauta muito Jethro Tull a pairar sobre o riff da guitarra. A voz aparece e junta-se de forma perfeita ao andamento do conjunto. Tudo parece caminhar lado a lado em sintonia, como se nada quisesse retirar o brilho às restantes componentes do conjunto. Simplicidade absoluta; bateria, guitarra, voz, flauta no início e no fim. Encontramos sentido nisto, porque é o que a banda faz melhor.
Com um som muito próprio, que parece rock com alma que atravessou o tempo saído de um distante programa de rádio do passado, a banda tem-se imposto por mérito próprio no panorama musical. O facto de alguns nomes grandes (Robert Plant, Billy Gibbons, Kirk Hammett) revelarem que gostam de os ouvir, ajuda. E só apetece gritar “Let’s Go Keys”, tal como os fãs costumam fazer nos concertos, quando a banda se apresenta em palco.

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Tuesday, April 22, 2008

hoje, nick cave and the bad seeds @ porto, coliseu


Ontem foi em Lisboa, no Coliseu dos Recreios

Monday, April 21, 2008

Thursday, April 17, 2008

MGMT (formally known as The Management)


Mais um nome para juntar ao grande cartaz desse dia, não será demais?
10 Julho, Oeiras Alive! 2008

Para aguçar o apetite:
Time To Pretend
Kids
Electric Feel

lay-SAH-vee-FAHV


A ouvir:
The Equestrian
Patty Lee
What Would Wolves Do
Brace Yourself

Friday, April 11, 2008

Hercules and Love Affair - Blind


Sim, é a voz inconfundível do Antony, mas sem os Johnsons...

Monday, April 7, 2008

Paredes de Coura 2008: The Mars Volta


The Mars Volta - Take the Veil Cerpin Taxt (live)

Sons por Palavras


Kula Shaker - StrangeFolk

Deparei-me um dia destes a ler algumas linhas sobre um disco lançado o ano passado. O nome Kula Shaker não me era estranho, embora não me recordasse de ter ouvido alguma música deles. As palavras que lia sobre este álbum referiam que os dois discos anteriores, lançados antes da nova reunião da banda, eram melhores do que o recente trabalho. Decidi-me a arriscar ouvir as músicas sem mergulhar no passado.
A primeira surpresa aconteceu logo na primeira música. Afinal, estava perante uma banda britânica, surgida no auge da britpop, mas que não soava a britpop. Sem menosprezo para alguns dos grupos que se dedicaram a essa sonoridade, para mim isto era já um ponto positivo. Até o nome da música “Out On The Highway” já transportava consigo mais rock do que pop. Teclados e guitarras sintonizados, batida clássica de 4 tempos por parte da bateria, riffs orelhudos no refrão, a voz à Tom Petty...se isto era o mau que eles faziam começava a pensar seriamente em ouvir os álbuns anteriores. Mas era só a primeira canção, tinha que comprovar.
“Second Sight”, o primeiro single tirado de StrangeFolk era o que se seguia. Segundas vozes a fugir para algum do novo rock oriundo das terras de Sua Majestade, uma tónica very british na acentuação dos versos, as malhas de guitarra mais artificiais (com excepção do solo)...não me convenceram. “Die for Love” fica-se num meio termo entre as músicas anteriores, rock com uma certa sonoridade retro, razoavelmente tocado sem ser coroado por uma elevada carga de originalidade, assente na voz escudada por acordes eléctricos.
“Shadowlands” e “Fool That I Am” apresentam-se como bonitas canções, com travo a cantautor americano que tivesse emigrado para as ilhas britânicas. O exílio de homens habituados às pradarias que se vêem de repente cercados por água. Soam a histórias contadas com dor e sentimento. Uma serenidade triste transportada na cadência da voz, elevada pelas teclas.
O psicadelismo rock deslocado no tempo trinta e tal anos também é por aqui evocado. A rapidez do mundo que vivemos, mais virado para a imediatez de substâncias que se ingerem com água do que para longas trips alucinantes, não se compadece com temas cuja duração é de cerca de seis minutos. Estas canções não se ouvirão na rádio. Também não se ouvirá dizer que nelas andam os fantasmas de Dylan (na voz), dos Doors e de outros “grandes”. “Hurricane Season” e “Song of Love/Narayana” têm em comum isso, ora convocando vozes exóticas e espirituais a segunda, ora apresentando deambulações dos instrumentos ao longo da sua duração a primeira. Por serem “filhas” de um tempo errado, provavelmente, pouco se dirá delas.
A minha favorita de todo o álbum é “6ft Down Blues”. Quem diria que numa banda inglesa se poderia ouvir Queens of the Stone Age, ainda que em quantidade moderada. Ritmo hipnótico proporcionado pela batida pendular da bateria e pelo baixo, entrecortado pelos coros do refrão, a guitarra a reclamar o protagonismo para si. Uma das que vou ouvir por muito tempo. “Super CB Operator” é rock directo e descomprometido, Rolling Stones com palminhas, festa instalada ao som do bater do pé e do abanar do corpo.
“Dr. Kitt” poderia ser uma viagem ao som de químicos. Sentidos alerta, um sintetizador omnipresente a traçar uma linha ténue entre a loucura caleidoscópica e a normalidade de uma canção como qualquer outra. Desta ou se gostará muito ou se detestará, não é uma música vulgar na junção de melodias que faz. O revivalismo volta a fazer-se sentir em “Great Dictator (of the free world)”, com harmonias vocais à Beach Boys nos refrões, progressões de guitarra reminiscentes dos seventies, um orgão hammond a aparecer de vez em quando...
A “Ol' Jack Tar” falta sal a realçar o seu tempero, acabando por se tornar monótona e monocórdica. A voz, com uma sonoridade muito próxima de Paul Macartney, perde-se gradualmente numa base rítmica à Joan Baez, sem deixar saudades.
Este não chega a ser, de facto , um trabalho que se vá tornar histórico. Enquanto conjunto falta-lhe mais homogeneidade entre as canções, havendo algumas delas que não acompanham aquilo que a banda parece ser capaz de produzir nos seus melhores momentos. No entanto, é óbvio que algumas das músicas aqui presentes são rock capaz de se afirmar pelo seu próprio valor.
Não sendo nenhuma obra-prima, este StrangeFolk acaba por ser uma surpresa agradável para quem não havia tido contacto com a música da banda..


Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Wednesday, March 26, 2008

Saturday, March 22, 2008

Sons por Palavras


Eddie Vedder - Into The Wild OST

Há músicas que nos fazem sentir vivos. Há também músicas que nos fazem pensar. Existem ainda músicas que nos invadem de tal forma que parecem querer expressar o nosso ser. Depois, é assustador pensar que a expressão artística de alguém nos diga tanto, como se fosse a passagem à realidade de algo que julgavamos intraduzível, simplesmente por ser nosso, por ser pessoal.
Este álbum de Eddie Vedder é uma verdadeira pérola. E devia trazer consigo pelo menos duas advertências: a de que deve ser tratado com cuidado, tal a fragilidade e a beleza do que contém; e, por outro lado, o aviso de que se pode tornar viciante e avassalador.
A música de “Into The Wild OST” é orgânica e natural.Penso que poderia ter sido composta em qualquer altura temporal tal a genuinidade que arrasta consigo.
A música de uma banda sonora comporta sempre um grande grau de exigência, pedem-se-lhe muitas coisas: que se adeque ao filme ajudando como veículo de transporte das emoções projectadas pelas imagens; que seja coerente; que tenha importância artística para lá do filme. É algo que, penso, a maior parte das bandas sonoras não consegue completar na totalidade.
Ainda não vi o filme, mas é já um ponto muito positivo este disco ter-me dado a vontade de o fazer. Sean Penn (o realizador do filme) não se enganou ao apostar em Vedder. E mais que isso, estes temas ganharam espaço próprio pela sua qualidade.
Mas vamos à música. Esta que ouvimos aqui expressa o coração da América dos grandes espaços abertos e dos horizontes que se perdem de vista. É o som que sai da terra das pradarias, da imensidão do Alaska, da aridez do Grand Canyon. É a confirmação de uma suspeita que vem já muito de trás, a de que Eddie Vedder tem alma de compositor.
Entre os instrumentos que se vão ouvindo, uma tónica na sonoridade acústica partilhada pela guitarras, baixo e percussão. Uma vez por outra aparecem as guitarras eléctricas, uma voz feminina, um bandolim. E sempre, sempre a voz de Vedder a chorar palavras que expressam a constante luta entre a individualidade humana e a necessidade social que por vezes submerge e asfixia essa individualidade (“society, crazy and deep / I hope you're not lonely without me”, canta ele em “Society”, uma versão da canção de Jerry Hannan). Penso mesmo que esta canção poderia tornar-se o hino contemporâneo de todos aqueles que sentem que não se ajustam.
Em pouco mais do que a meia hora que tem o disco ficamos indecisos entre qual das músicas ouviremos mais vezes. A belíssima “Hard Sun” (versão de uma música original de Índio) parece ser uma tentativa de consciencialização da nossa pequenez no mundo (“There’s a big, a big hard sun, beating on the big people, in the big hard world”). Impossível tirá-la da cabeça, aviso antecipadamente.
Logo a abrir, “Setting Forth” (uma das minhas preferidas, juntamente com “Hard Sun” e “Rise”) e “No Ceilling” marcam a toada do que vem a seguir: desprendimento, solidão, liberdade, procura, entusiasmo, solidão. “Sure as I'm leaving/ Sure as I'm sad /I'll keep this wisdom/ In my flesh” é o que ouvimos em “No Ceilling”.
“Rise” e “Long Nights” são introspectivas, uma procura de entendimento interior. Criamos raízes ao ouvi-las e ficamos com muitos, muitos anos de idade. Por vezes a esperança aparece timidamente.
“Far Behind” e “End Of The Road” são talvez as duas únicas músicas do disco que nos fazem pensar que poderiam ter sido compostas pelos Pearl Jam numa das suas incursões acústicas. Não que sejam temas menores, apenas penso que não atingem a plenitude das outras canções.
“Tuoloumne” é um simples dedilhar acústico de um minuto que serve de ponte para “The Wolf”, uma exortação primitiva similar a cânticos xamânicos de uma tribo índia.
A terminar, Vedder deixa-nos “Guaranteed” onde expressa o final da história. Aliás, o final de todas as histórias humanas. A finitude como pano de fundo para as palavras do cantor: “Leave it to me as I find a way to be/ consider me a satelite for ever orbiting/ I knew all the rules but the rules did not know me/ guaranteed...”.
E voltamos ao início para ouvir outra vez...

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Thursday, March 20, 2008

Wednesday, March 12, 2008

Sons por Palavras


UNKLE - War Stories
Os Unkle são um colectivo de produtores que desafiam uma definição linear do som que fazem. Tendo já colaborado na mistura de álbuns de numerosos artistas (exº Oasis), gravado música para filmes (exº The Incredibles) e apresentando-se como um dos nomes maiores da área da remistura (já trabalharam com Queens of the Stone Age, Massive Attack, Beck, etc.), a sua música exibe contornos de electrónica, de rock e mesmo de música de dança. Sempre guiados por James Lavelle, que emerge como o guia espiritual do projecto.
O terceiro álbum , War Stories, à semelhança dos trabalhos anteriores, é um desfilar de vocalistas convidados que vai de Josh Homme (QOTSA) a Ian Astbury (The Cult), de 3D (Massive Attack) a Gavin Clark (ClayHill) , passando pelos The Duke Spirit e Autolux. De colocar água na boca. No entanto, este registo tem também a particularidade de nos oferecer a estreia como vocalista do próprio James Lavelle em “Hold My Hand”, sendo que em “Morning Rage” essa tarefa é dividida com Richard File, a actual “outra face” dos Unkle.
“Hold My Hand” é mesmo uma música penetrante,cruzando guitarras e electrónica, deixando a hipnótica voz de Lavelle a guiar-nos os pensamentos. Se tivesse menos que os seus cinco minutos beneficiaria enquanto canção. Já “”Morning Rage” é mais directa, com bateria (caixa de ritmos?!!) e baixo a parecerem uma locomotiva, mas acaba por se perder algures já que as vozes não aguentam a força necessária exigida pela parte instrumental e o refrão desilude.
Quanto às colaborações...bem, estranhamente ao que apostaria inicialmente, são as da linha mais electrónica e experimental (3D e Autolux) as que menos potenciam o som dos Unkle. As outras vão desde o competente até ao muito interessante.
No início do disco, passamos a instrumental e cinematográfica “Chemistry” e a estreia vocal de James Lavelle para sermos confrontados com a voz de Josh Homme em “Restless”. Num registo completamente diferente dos Queens of the Stone Age, marcado por ritmos mais repetitivos e dançáveis, a interpretação soa-me apenas a profissional. Em posteriores audições confirmo a suspeita, a insanidade dos QOTSA adequa-se mais aos lamentos de Homme do que algo mais próximo do “som de Bristol”.
À primeira aparição de Gavin Clark, o apogeu deste álbum em “Keys To The Kingdom”. Depeche Mode temperados a Nick Cave. Qualquer coisa de sublime a transbordar das palavras e a elevar-se acima da música. Grande voz. Grande música. Em “Broken” a colaboração de Gavin Clark não atinge o mesmo patamar, mas ainda assim é outra das grandes músicas aqui presentes.
A voz de Ian Astbury traz-nos outro momento alto. “Burn My Shadow” é uma canção clássica envolta em caixa de ritmos e sintetizadores, salpicada aqui e ali por guitarras indie e baixo rock, o que a leva em determinados momentos para o campo da experimentação para depois regressar ao formato inicial. Na segunda aparição, o resultado é diferente. Talvez se em 2007 Jim Morrison encontrasse Nick Cave e os Tindersticks este fosse o resultado, “When Things Explode”. Talvez.
Aliás, ao ouvir “Price You Pay” é novamente o nome dos Doors que me assalta as ideias. Começa como uma espécie de oração, passa para uma malha de baixo e sintetizador muito aproximada da banda de Morrison (embora com um som mais actual), volta ao murmúrio confessional...sim, provavelmente seria isto que os Doors fariam hoje em dia. Pessoalmente, fico com um sentimento ambíguo perante o tema. Uma letra mais rica, ao jeito do Rei Lagarto, ajudaria a decidir-me.
“Mayday”, com os The Duke Spirit ao leme é dos exercícios mais indie rock deste conjunto de canções. Poderia ser ouvida misturada com músicas dos Yeah Yeah Yeahs, por exemplo. Não destoa, embora não nos esmurre o estômago. Também “Lowless” percorre os mesmos trilhos, se bem que o minimalismo low-fi seja aqui mais interessante. Dois minutos e trinta e seis segundos a rockar.
De barriga cheia, deixo “Persons And Machinery” (com os Autolux) e “Twilight” (com 3D dos Massive Attack) para o final. Por me parecerem as propostas menos conseguidas. Perdidas entre a pop mais experimental e o trip-hop não chegam a ganhar espaço para respirar entre as outras canções que por aqui se ouvem. Talvez noutro contexto se revelassem diferentes. Aqui, ficam perdidas e desajustadas.

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

A ouvir:
UNKLE - Hold My Hand
UNKLE - Burn My Shadow

Saturday, March 8, 2008

Sons por Palavras


Three - The End is Begun

No meio das bandas que actualmente despontam e dão cartas na área do moderno rock/metal progressivo baseado em agressivas e trabalhadas linhas de guitarra, os Three conseguem com este “The End is Begun” (quinto álbum do grupo) um lugar ao lado de nomes como os Dream Theater, por exemplo.
A sonoridade refrescante e original que a banda consegue atingir num meio nem sempre dado a grandes mudanças é um facto a registar, tanto mais que já não são nenhuns novatos nestas andanças, sendo o seu primeiro registo discográfico datado de 1998.
Apresentando um som polirrítmico onde sobressaem riffs rápidos e melódicos de guitarra acústica como em “The World is Born of Flame” e “The End is Begin” (que apresenta um cheirinho de guitarra flamenco) e uma percussão acente na dinâmica propulsora dos breaks da bateria lado a lado com poderosas linhas de baixo (“Battle Cry”;“My Divided Falling”), os Three não deixam de fora alguns dos tiques distintos do género, aparecendo também aqui as acrobacias vocais (“Shadowplay” e “The Last Play”, ambas com travo country) e as guitarras tipicamente heavy (“Serpents in Disguise” e “These Iron Bones”).
Na minha opinião, são mesmo as vocalizações demasiado doces (“Been to the Future” e “Bleeding Me Home” são disso exemplo) que se apresentam como o elemento menos forte da banda pois, apesar das inegáveis capacidades vocais, talvez falte a Joey Eppard um timbre mais forte e espesso para dar músculo às músicas.
Aqui a estrutura recorrente de quase toda a música actual “verso, refrão, verso, ponte, refrão” não se aplica automaticamente, embora os Three nunca deixem a faceta experimental atingir os limites, o que se constata na duração das músicas, que anormalmente para este tipo de som se mantêm quase todas na casa dos quatro minutos.
“All That Remains” é uma música harmoniosa e cativante, negra mas ao mesmo tempo encorajadora. Deixa-nos a trautear a melodia muito para lá da audição do tema. Já “Diamond in the Crush” é mais tipicamente rock, suportada por uma base rítmica galopante que permite às guitarras assumirem o papel principal. Em “Live Entertainment” descobrimos uma piscadela de olho a públicos não tão sintonizados com com este tipo de música e somos presenteados com uma música linear, com segundas vozes próximas do rock FM.
Numa altura em que fazer música que traga consigo algo de novo, personalizado e coerente é uma premissa que não acompanha a maioria das bandas actuais, julgo que é justo fazer sobressair este trabalho dos Three da amálgama de discos que nos entram pelos ouvidos quase diariamente sem nada acrescentarem.

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Sunday, March 2, 2008

Sons por Palavras


The Cult - Born Into This
A lendária banda rock The Cult regressou aos discos no segundo semestre de 2007. “Born Into This”, o oitavo álbum de originais, marca o regresso após seis anos sem novidades. E, diga-se, é bastante melhor que os dispensáveis dois álbuns anteriores.
Ainda assim, este disco não acrescenta nada de melhor ao que já foi feito pela banda, em obras que se tornaram clássicas, como “Love” e “Electric”. Portanto, não encontraremos aqui nada como as fabulosas “Lil' Devil”, “Love Removal Machine”, “She Sells Sanctuary”, etc.
Dito isto, a banda de Ian Astbury e Billy Duffy faz neste último lançamento um regresso às suas raízes rock. Embora não seja nenhuma obra prima, este é um disco que pode voltar a pôr no mapa do rock'n'roll o nome do grupo. Pelo menos os fãs mais antigos irão gostar, de certeza.
Só uma nota: este é um conjunto de canções que se vão entranhando mais e mais à medida que se vão ouvindo mais vezes. Depois de uma primeira audição é impossível disfarçar a estranheza provocada por alguns dos temas, mas em audições seguintes isso vai-se aplicando a um cada vez menor número de músicas.
Os riff orelhudos e poderosos do tema título “Born Into This” e de “I Assassin”, por exemplo, vão fazer alguns braços tocar “air guitar”, concerteza.
“Citizen” é um dos tais temas em que pensamos: eles já fizeram melhor do que isto. Embora seja uma música que se ouve bem, quando damos por nós já estamos a pensar noutra coisa qualquer que não na canção, o que nunca é bom sinal. Também “Diamonds” se revela de uma mediania desnecessária, soando a algo desinspirado.
“Dirty Little Rockstar” inicia com uma linha marcada de baixo, soando banal. Depois, numa segunda vez em que é ouvida deixa de soar tão previsível. À terceira tentativa, começa a parecer um tema típico de Cult, com um verso principal forte, cadência rock suportada por um riff de guitarra competente e a cada nova investida cola-se ainda mais aos ouvidos. Logo depois, “Holy Mountain” revela-se a surpresa do disco. A voz de Astbury a soar a Elvis, guitarra com efeito reverb, baixo e bateria em sintonia minimalista, a embalar-nos para um desgosto amoroso mal curado, a exigir a urgência de uma qualquer substância que anestesie o corpo e a mente para nos livrar da tristeza.
Pelo meio vamos encontrando alguns “standards Cultianos” como “Illuminated”, “Savages” e “Sound of Destruction”, recheados de riffs de guitarra bem delineados, letras um pouco sem sentido...
Resta falar de “Tiger in the Sun”, talvez a mais séria candidata a juntar-se ao rol de clássicos da banda. Um refrão cativante, cantado com toda a paixão, uma grandeza épica a soltar-se da música. Espiritualidade a pairar no ar, especialmente princípios budistas (o líder da banda encontrou-se já várias vezes com o Dalai Lama e visitou o Tibete e o Nepal) e a sensação de uma cruzada pela autenticidade espiritual.
Uma coisa ninguém pode negar aos The Cult, eles são daquelas bandas que se ouvem e, para o bem e para o mal, se identificam logo. A voz de Ian Astbury e as malhas de guitarra de Billy Duffy são únicas e distintas, produzindo um som que é o deles. Isso não conseguem todos.

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Tuesday, February 19, 2008

Sons por Palavras


Sons and Daughters - This Gift

Aos primeiros acordes de “Gilt Complex”, música de abertura de This Gift , a adrenalina começa a correr-nos nas veias. Rock despretencioso, sem desejo de ser original, como se a voz de Adele Bethel nos quisesse dizer que aqui a obsessão não é a de soar diferente, mas sim de soar a energia e frescura. Aliás, quase todo o álbum consegue manter a homogeneidade a nível criativo, com uma ou outra excepção. Penso mesmo que sem duas ou três canções (“Iodine”, “The bell” e “Goodbye Service” não trazem consigo nada de verdadeiramente relevante) este disco poderia tornar-se mais coerente.
Oriundos da Escócia, ao terceiro álbum os Sons & Daughters atingem a emancipação. Tendo como companheiros de lides nomes como os The Bravery, Franz Ferdinand ou Kaiser Chiefs, podem agora sentir-se no mesmo patamar que eles.
Guiados pela voz e presença de Adele, que parece deambular entre a postura de uma menina de boas famílias, bem comportadinha, e a de uma obscura e sexy “riot girl”, a banda consegue afirmar o seu perfil alternativo.
Rock e pop, Clash e The Smiths, Yeah Yeah Yeahs e PJ Harvey, um pouco de tudo isto vai desfilando por This Gift. Os singles já tirados do álbum (“This Gift” e “Darling”) são deliciosos. Simples tempero british sobre pop/rock directo. Pronto a servir.
As segundas vozes de “Split Lips”, “Rebel with the ghost” e “Chains” põem-nos a cantarolar uuh uuhs e la la las. Sabem bem. “The Nest” e “Flag” fazem-nos pensar rockeiramente; malhas simples, linhas de baixo directas, bateria a todo o vapor, vozes esforçadas.
Na sua maioria, estas músicas são dois, três minutos abrasivos, de respiração suspensa. Não é aqui que vamos encontrar novas epopeias musicais é certo, mas para quem procura apenas música pela música, sem pretensão de descobrir a “next big thing”...bateu à porta correcta.

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

A ouvir:
Darling
Gilt Complex

boa capa


Contra-capa

Wednesday, February 13, 2008

Sons por Palavras


Blitzen Trapper - Wild Mountain Nation

Nascido em 2007, este “Wild Mountain Nation” é uma feliz descoberta neste início de 2008.
Rock puro entremeado de blues, de alcatrão,de country, de pó ferrugento, de southern rock; este disco revela-se um espasmo criativo, destilando uma estranha e lúcida harmonia e energia.
Ao terceiro álbum (a sabedoria popular costuma dizer que à terceira é de vez), os Blitzen Trapper oferecem-nos música não formatada pelos circuitos comerciais mais usuais. No tema que dá nome ao álbum, em “Country Caravan” e em “Wild Mtn. Jam” transportamo-nos para a pradaria americana, para logo de seguida “Miss Spiritual Tramp” e “Woof & Warp of the Quiet Giant’s Hem” nos darem a sensação de que chegamos do espaço interplanetário a uma quinta agrícola.
Em “Futures & Folly”, “Summer Town” e “Badger’s Black Brigade” sentimos que estamos a cantarolar à fogueira num qualquer acampamento na montanha, com direito a harmónica, céu estrelado e tudo o resto. E o genial “Devil’s A-Go-Go” é pura desconstrução atonal, tudo parece fora do sítio, tempo, afinação, compasso...e, no entanto, não conseguimos deixar de abanar a cabeça e de bater o pé ao som que nos entra pelos ouvidos.
Outras coisas também se conseguem ouvir por aqui, no puro prazer de descoberta que este disco proporciona. Ou como os próprios Blitzen Trapper dizem da mistura de coisas que confluem na sua música, tudo isto resultou numa “rica colheita: ossos empoeirados, nascer-do-sol, Philip K. Dick, Guernica, (...), flocos de neve, Scooby-Doo, Bigfoot”; tudo isto se encontra em Wild Mountain Nation.

Edgar Ribeiro (edribeiro@clix.pt)

Thursday, January 10, 2008

Tinariwen


Banda formada em 1982 num campo de rebeldes Tuareg, e como arma para lutar pela independência do seu povo nada melhor do que as suas maravilhosas guitarras eléctricas.
Video da apresentação ao vivo numa loja de CDs em Nova Iorque.

Wednesday, January 9, 2008

Shout Out Louds - Tonight I have to leave it

Depois de "Young Folks" do trio sueco Peter, Bjorn and John, outra banda sueca a dar som à nova campanha publicitária de uma conhecida operadora telefónica.